Sidor

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Mais um dia, um mês

Tudo bem. Por que não estaria? O mundo não está nevando ou sofrendo algum tipo de colisão com o sol, então tudo bem. Estou viva, ligeiramente saudável, a cabeça está funcionando bem e ainda penso racionalmente, por assim dizer. O tempo anda um tanto confuso para mim, abro os olhos às dez, mas acordo às onze. Não vejo as horas passando até que o compromisso chegue e estou novamente atrasada.

Confesso que minha tristeza não tem motivo aparente, fico calada por horas sem que sinta necessidade de estar ao lado de alguém ou ter alguém para acabar com esse silêncio. É como se parte de mim fosse completada pelo vago de um nada, e assim me fizesse por satisfeita. A minha carência de palavras já me afeta, consigo um parágrafo quando no máximo; dias atrás, lendo um livro de crônicas, a autora me disse indireta que estava tudo bem. As coisas não precisavam seguir um ciclo de consequências certas em momentos certos para abastar nosso egoísmo, meu egoísmo. Se nosso não seria egoísmo, falando nisso... Alguém está feliz hoje, seria egoísmo ficar feliz por ela ou seria egoísmo ficar feliz com a felicidade alheia?

Sociedade complicada essa... Se guardo aquele livro da minha autora consagrada, é egoísmo porque não compartilhei. Melhor apertar esc e fechar todas essas páginas, abrir um novo documento e fazer minha própria história, onde amar alguém e desejar essa pessoa só para si não seja algo em que eu vá ser julgada ou tachada. Amar sem escrúpulos, rasgando o peito para ver o sangue escorrer num drama de televisão, um romance de gritos e paixão sem vencimento.

Talvez, por fim, eu esteja precisando de algo ou a procura de algo. Já são onze da manhã e o quarto ainda está escuro. Mais um dia de inferno pessoal, presumindo que a rotina não me levará a lugar algum a não ser que para o mesmo de sempre. 
 
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